Inovação e disrupção



Segunda-feira, volta ao trabalho! Hora de começar a conhecer os projetos inovadores que sustentam novas visões para a educação. 

Nossa primeira parada do dia foi no GSV Labs, uma incubadora importante no Vale, onde fomos recebido por Chris Buja para conhecer alguns aplicativos do ecossistema Google - isto é, plataformas de terceiros que, integradas ao GSuite, ajudam a implementar uma educação mais colaborativa e personalizada. 

A ferramenta Hapara oferece uma visão global e analítica de todos os usuários em uma organização que utiliza GSuite for Education, facilitando a gestão e a atuação do professor com base em dados. Integrada ao Drive, permite que educadores e gestores não só visualizem e avaliem a produção de cada aluno, como criem grupos, façam buscas e outros recursos. O Hapara também permite analisar métricas como índices de uso das ferramentas, frequência e a qualidade da colaboração, de modo que o educador possa apoiar cada aluno onde necessário, de forma personalizada.

Na sequência, professores e alunos tiveram a oportunidade de participar de um workshop do WeVideo, um editor de video colaborativo e multiplataforma, integrado ao Google Drive. De utilização simples porém cheio de recursos como animação, chromakey e captura de voiceover, o WeVideo permite que alunos de diversas faixas etárias demonstrem o seu aprendizado, organizando as idéias e as etapas de produção para publicar para uma audiência real.

Todos adoraram a experiência, e tiveram uma amostra da criatividade e impacto de empresas que um dia foram startups incubadas naquele mesmo espaço.




42 Silicon Valley é a filial americana de uma escola de engenharia de computação fundada em Paris, cujo modelo disruptivo é baseado em uma educação peer-to-peer, totalmente gratuita e sem professores ou cursos.

Não há pré-requisitos, entrevistas ou custos para a admissão, a não ser um limite etário. Após passar por um teste de lógica, os candidatos devem participar de uma imersão de 28 dias, sem pausas, chamada Piscine. Nessa peneira, farão suas primeiras tarefas de programação, utilizando seus próprios recursos e a ajuda de seus pares. O processo é intenso e exigente, e durante esse período os alunos são observados, não só na sua capacidade de aprender e executar os projetos, mas também, e principalmente, nas suas relações interpessoais.

Os que passam pela peneira podem se matricular no curso, que dura entre 3 e 5 anos e é totalmente autoguiado. Os alunos avançam de nível completando projetos, são avaliados por seus pares, e devem avaliar outros alunos; o pareamento é feito por algoritmos. Após completar alguns projetos básicos, os alunos podem escolher algumas trilhas diferentes, e seguir nelas até alcançar o nível necessário para a graduação.

A escola oferece alojamento gratuito para até 300 alunos e o senso se comunidade é forte; há clubes de todos os tipos, auto-organizados, como esportes, leitura e outros. Os alunos devem regular o seu próprio cronograma e ritmo de trabalho, de modo a aprender a fazer a gestão do seu tempo para cumprir as tarefas mantendo-se equilibrados, saudáveis, e produtivos.

A plataforma e a filosofia pedagógica que são a base do programa foram desenvolvidos ao longo de duas décadas pelos fundadores franceses, investidores oriundos do mercado de telecom e TI, e valorizam tanto o aprendizado das linguagens de código como as habilidades sócio-emocionais. O projeto busca enfrentar três grandes dilemas da educação, sobretudo no mercado de computação: o custo proibitivo da educação convencional, que resulta no alto endividamento dos alunos; a falta de adequação da educação convencional, que não trabalha as competências sócio-emocionais, às necessidades reais do mercado de trabalho; e o déficit de profissionais de qualidade em uma economia cada vez mais digital. 

Comentários